Motivado por uma discussão entre amigos hoje pela manhã no Twitter com os amigos @LeonardoVergara e @thiagoaraujo, acho justo deixar clara minha opinião sobre o tome em questão, a evangelização através da música.
Aos que não sabem, fui uma das 15 pessoas que foram a Caxias do Sul para o show da banda Rosa De Saron, e fui com espectativas de ver um grande show musical, não fui com ideia de ver um momento de reflexão e evangelização como ja vi ser realizado em tantos outros shows, com tantas outras bandas. E voltei de lá com minhas espectativas superadas, o show dos caras é muito bom, uma produção que toda boa banda católica deveria ter e que muitas bandas "normais" não apresentam. Porém hoje levantou-se a questão da evangelização realizada em tal show, se realmente se falou no Evangelho, se falou em Deus. E eu afirmo com toda certeza que SIM, a todo instante se falou em Deus SIM. Porém de uma forma que talvez não seja satisfatória para algumas pessoas que defendem a bandeira da evagelização explícita, da necessidade de se falar DEUS para se falar em DEUS, porém como negar que TODA mensagem que fale de AMOR e CARIDADE é também uma forma de se falar em DEUS e assim EVANGELIZAR? Muito se cantou e se falou palavras que me remeteram sim a DEUS e as experiências que eu tenho com Ele. Hoje fui julgado por não viver mais "dentro da Igreja", porém eu me pergunto até que ponto vale viver tão dentro da Igreja e tentar se cegar para as coisas do mundo? Sei que sou um cristão muito mais verdadeiro e fiel a Igreja hoje do que nos tempos em que vivia enfiado todos os dias reuniões, retiros, palestras, grupos, alienado a outras formas de viver em Deus. Foi o tempo longe da Igreja que me permitiu ver quantas formas de Evangelização podem existir e que nem sempre a mensagem de Deus pode ser levada explicitamente ao povo sob pena de não ser bem aceita. E esta prática não vem dos dias de hoje, vem desde os tempos das parábolas, quando Jesus mascarava a mensagem afim de atingir o caração endurecido daquelas pessoas.Vivemos em um mundo onde cada vez há uma dificuldade maior de levar Deus aos jovens, vemos movimentos em dificuldade, missas vazias, comunidades carentes de jovens e até mesmo de adultos, e então penso que ao invés de questionarmos a forma de evangelização de uns ou outros seria mais útil que conseguissemos ver as coisas boas que estes tem pra agregar no nosso trabalho de evangelização. Quantos milhares de pessoas não são atingidos pelo Rosa de Saron hoje que não seriam tocadas se eles tivesse outra forma de trabalho? Quantas vidas eles não tocam e transforomam justamente por fazer essa evaneglização velada, nas entrelinhas, sem mensagens explícitas. Creio que o mundo é grande o suficiente para que todos possam trabalhar de acordo com a sua forma de evangelizar, seja ela explícita ou velada, todos tem seu espaço e seu valor. Sejamos fortes em nossas missões e lembremo-nos que nem sempre aquele que não esta no movimento A ou B, nem fazendo grandes obras é uma pessoa sem fé ou sem obras. A fé deve deve ser mostrada em obras, mas ninguém nunca determinou o tamanho de tais obras.
Paz e bem a todos!
Há diversidade de dons, mas um só Espírito.
(I Cor., 12)