terça-feira, 29 de junho de 2010

Música do momento...

Questão de Temperatura

"Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente.
Oxalá fosses frio ou quente!
Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te."


Desde meus tempos mais ativos dentro da Igreja esta sempre foi uma passagem que sempre me chamou a atenção. Talvez por eu ter abraçado a causa com tanta vontade me incomodava ver aquelas pessoas que não faziam porra nenhuma. Não ajudavam, mas não saiam fora. Ficavam ali paradas com cara de paisagem, prontas para ganhar parabéns pelos feitos dos outros. Com o passar dos tempos fui vendo que aquilo que me incomodava dentro da igreja também existia fora dela, e muito! A cada dia deparava-me com novas situações onde eu deveria escolher a minha posição diante do que me era apresentado. A cada nova situação era hora de escolher se ia pra dentro ou não,  mas nunca gostei de ficar morno ao que acontecia, ao que me era apresentado. Não serei cara de pau de dizer que sempre tive uma decisão certa, que nunca fui morno. Mas as vezes em que fui foram incômodas. Ser morno é algo que não me cai bem, pra mim é como comer comida morna, aquela comida que não está bem quente, mas ao mesmo tempo não nos faz querer levantar para aquecer e acaba descendo aos trancos e barrancos. Quando se é morno tudo na vida se torna um dilema, nunca sabemos para que lado correr. Sempre olhamos os dois lados da moeda e não sabemos qual escolher. Ser morno é como aquele jogo que morre no empate, quando o que mais se quer é uma vitória.
Nos últimos tempos descobri que estava em crise com minha fé. Me deparei com uma situação jamais esperada por mim. Me vi sendo morno na fé e nas minhas obras. Abandonei minhas coisas, mas ao mesmo tempo não avisei ninguém. Não tive coragem de ser efetivamente frio e ao mesmo tempo já não era mais quente como eu outros tempos. Estava me tornando morno, como jamais quisera ser. Entrei em conflito. Não sabia pra onde correr. Queria ter coragem de me tornar frio na fé, esquecer as coisas que me nortearam a vida nos últimos dez anos e correr em busca de novas aventuras, novas experiências, novos sabores, novos lugares, novas companhias. Ao mesmo tempo buscava nas recordações do passado motivação para voltar a ser aquele que um dia correu e lutou pela fé, por um sentido maior do que qualquer outro pra vida. Ao mesmo tempo que queria experimentar coisas novas, não queria deixar de ser quem eu era. Não tinha coragem de dar aquele salto rumo ao desconhecido pois achava que esse salto seria determinante para encerrar um ciclo na vida e começar outro. Não via possibilidade de levar as experiências do passado para o novo. Precisei então de alguém para abrir meus olhos, para me mostrar que nem sempre o novo significa abandono total do passado. Embora enfrentar o novo signifique mudanças e readaptações na vida, jamais falou-se em abandonar por completo as experiências do passado. Na verdade essas experiências que um dia nos deram segurança e força devem servir de impulso para o novo. Então a partir dai resolvi encarar o novo com outros olhos. O que me dava medo já não era tão assustador. Havia sim uma possibilidade de experimentar muitas coisas sem perder a essência, poderia voltar ser quente com tudo que estava acontecendo na minha vida. Não precisava deixar tudo esfriar, e muito menos seguir morno. Podia sim voltar a ser quente e reencontrar minha fé.
Mas não só na fé me darei com tal situação. Novidades apareceram e sumiram, precisei então escolher entre ser frio, quente ou morno ali também. Mais um momento perdido, mais um tempo pra escolher entre o calor ou o frio, mas nem pensar em ser morno. É claro que tive que ser morno na hora de tomar a decisão, mas assim que pude pesar fatos vi que deveria ser quente. Acho que esse meu temperamento sangüíneo (vide 'quem sou eu'), com o qual tenho a prendido a conviver pouco a pouco me faz querer ser sempre quente nas minhas escolhas. Encarar as coisas até o fim. E saber que quando chegou o fim, foi fim. Saber identificar o fim das coisas também tem me ajudado a não ser morno. Saber que se é quente ou frio enquanto dá, porém sempre pode chegar uma hora em que se tenha de mudar a postura. O que era quente pode se tornar frio, o frio se tornar quente e até mesmo corremos o risco nos tornar mornos sem perceber.
Nessas idas e vindas, voltas e reviravoltas, nos giros da vida, vamos aprendendo a filtrar as emoções e deixar a razão guiar um pouco do que queremos ser e de como queremos agir nas nossas escolhas. Embora a emoção seja fator de grande influência no nosso estado, as vezes se torna necessário racionalizarmos as coisas afim de fazermos a melhor escolha entre o quente, o frio e o morno. Com a razão em ordem temos menos chances de nos arrependermos, de voltarmos ao morno depois de optarmos pelo quente ou pelo frio. A impulsividade muitas vezes me levou pra lados errados, escolhi ser frio quando deveria ser quente, quente quando deveria ser frio. Foi assim que aos poucos vou aprendendo que uma boa dose de razão não mata ninguém. Alguém por muito tempo me ajudou a aprender sobre isso, me ensinou a ver as coisas com os olhos da razão junto aos da emoção. Infelizmente essa pessoa não pode desfrutar das coisas que me ensinou. Ficou com as lembranças de alguém impulsivo, que não admitia se quer passar pelo morno, era quente ou frio, 8 ou 80, sem pesar os fatos. Hoje, cada vez que analiso uma situação e vejo que tomei uma decisão pensada lembro dela e sei que ficaria feliz de me ver assim. Sabendo escolher entre o quente e o frio não por um impulso, não só pela emoção, mas com boas doses de razão! É assim que tenho conseguido resolver meus dilemas colocados desde início deste post e que com certeza não vão parar por aqui.


Bruna (representando ART!) - me tirando da "mornidão"

Em tempo:
- Patrick repunou o desafio na sinuca hoje depois do show que o Gio10 levou!
- Em tempos de crise existencial se destaca o apoio das velhas amizades!
- Twitter é um vício desgraçado...
- Bandinha de skt no domingo me fez recordar velhos tempos!
- Coisas mal resolvidas?
- Um salve pro pessoal do ART!
- no som toca Teatro Mágico - Sobra Tanta Falta


- DICA DE LEITURA: http://janainabmachado.blogspot.com/

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Música do momento...

Como dizem que a vida sempre te uma trilha sonora, resolvi adaptar meus posts sobre as músicas de cada momento. Sai os textos e entram os vídeos! 

O novo...

Quem não tem medo do novo? Todos temos medo do novo! A primeira aula, o primeiro beijo, a primeira festa, o primeiro jogo de futebol, o primeiro encontro, a primeira viagem, a primeira prova, o primeiro vestibular, o primeiro emprego... Toda situação que é nova gera desconforto. Não importa a idade ou a experiência de vida daquela pessoa, sempre que ela se ver em uma situação nova ela vai ter medo. Uns tem mais, outros tem menos, outros quase nenhum... mas um mínimo sempre se tem. Isso acontece porque o novo nos leva para uma situação onde ninguém gosta de estar, que é com as coisas fora de controle. Não há no mundo quem não goste de estar com as coisas sob controle, com a sua vida sob controle, sem ser pego de surpresa, sabendo sempre como reagir aos acontecimentos. O novo derruba com isso tudo. Quando nos deparamos com algo novo não sabemos o que nos espera do outro lado. Não sabemos quem serão nossos colegas, como será o beijo, como é uma festa, o que acontece no jogo, como vai ser o encontro, como será o lugar pra onde vamos... enfim, em cada nova situação precisamos nos adaptar a novas coisas, novos lugares, novas pessoas. Se temos que nos adaptar é porque precisamos mudar algumas coisas. Não todas, mas pelo menos algumas. As regras que até então eram preciosas e não tinham erro pode ser que já não tenham mais validade. Os sentimentos que eram tão firmes e definidos podem ser balançados. Os conhecimentos adquiridos até então pode não significar mais nada. Repentinamente tudo que nos dava segurança estava em xeque. Todas nossas certeza passam a ser questionadas. E nessa hora a primeira coisa que fazemos é buscar uma rota alternativa. Olhamos para todos os lados em busca de uma segunda opção que nos faça passar de forma mais fácil por aquilo ali. Mas não há rota alternativa, não há desvio e não tem quem possa nos dizer exatamente como vai ser o novo, para quem quer, mesmo com medo descobrir o que se esconde no novo. Podemos ouvir algumas opiniões, algumas palavras de quem já viveu aquilo um dia, mas nunca essas palavras nos darão a segurança necessária para encararmos o novo sem medo. Isso porque o novo é uma experiência pessoal. Cada um reage de forma diferente as coisas que estão por vir. O que pra um pode ter sido uma experiência inesquecível, para outro pode ser algo para ser deletado da vida. Só há uma solução para o novo, ou melhor, duas. Acontece que apenas uma dessas nos faz descobrir o que há além da fronteira entre o agora e o amanhã. A primeira opção é encarar. É abrir mão do medo e encarar o novo de frente. Aprender dia após dia a lidar com o novo e gradativamente ir encontrando ali um novo chão, novas seguranças e garantias. Feito isso, a cada dia o novo já não será mais tão novo e a insegurança do começo vai aos poucos ficando pra trás, até que chegará o ponto em que o que antes era novo, inseguro, torna-se nosso mundo, nossa realidade e nos dá segurança para seguirmos nossas vidas, esquecendo as experiências frustradas do passado e dando maior valor ao que foi bom mas hoje já é passado. Quando conseguimos enfrentar o novo achamos ali um novo chão, pronto para ser trabalhado e para nos trabalhar. A segunda opção que temos ao nos depararmos com o novo é fugir. Eu falei que não há rota alternativa para quem quer descobrir o novo, para quem quer ir adiante, mesmo com a insegurança e o medo. Agora há aquelas pessoas que ao se deparar com o novo preferem voltar atrás, buscando segurança no que um dia foi seguro, tentando recuperar um chão que hoje pode já não ser mais tão firme como um dia foi. É nesse dilema entre enfrentar o novo ou voltar ao passado que muitas vezes nos encontramos... e ficamos sem saber o que fazer. Temos medo das conseqüências de nossas escolhas. Se enfrentar o novo posso acabar deixando de vez o passado pra trás, mas e se o passado fosse melhor que o novo? Se voltar atrás deixo a porta do novo fechada e jamais saberei o que tinha guardado lá pra mim. E agora? O que eu faço? Pra onde vou? Cada um tem uma resposta pra todos estes questionamentos, e as respostas nunca serão iguais, pois tudo se baseia na experiência, na vivência, no que cada um tira de seus momentos. É essa pluralidade de respostas que faz a vida ter graça e me leva a querer sempre conhecer o novo. Por mais que as vezes eu tenha medo...



Em tempo
- O final de semana foi tenso... muito tenso!
- Perdas e ganhos!
- Aquele papo de sorte no amor e azar no jogo é a maior mentira que eu já ouvi!
- Sonhar com anão pode ser pesadelo...
- Dublin desponta como destino pra depois da formatura!
- Vai valer a pena...
- Voltar pro karatê ainda é um sonho que o meu chronos impede!
- Vamoooooooooooo RH!
- Salve pra Tatá do PEAD, pra Amanda Garibladi, pra Bibi, pro Porto, pro Stick 
- Um Salve especial pro pessoal que acessa o blog e me dá ibope espalhando o blog, ligando pro pessoal ler! hahahahaha
- no som toca Jason Mraz - I'm yours..........
- 3 meses... e 2 dias...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A competição...


Depois de longos anos longe do dojo, se viu de volta aos treinamentos, passou alguns meses treinando. No começo tudo parecia mais difícil do que era. A perna estava mais pesada, os braços pareciam não ter a mesma velocidade, os movimentos todos pareciam estranhos, seqüências esquecidas, aquecimentos pareciam tortura, o kimono parecia 10x mais pesado que o normal, pulmões? parecia que tinha um só. Com o passar das semanas foi reencontrando a velha forma. Aos pouco recuperou a velocidade dos braços, sentiu suas pernas ficarem leves novamente e já passava pelo aquecimento fácil. Mas ainda faltava recuperar a auto-confiança, e essa era a parte mais difícil. Na prática já estava tudo voltando aos níveis do passado. A técnica já era a mesma dos anos em que treinava todos os dias e competia todos os meses. Forma física ideal, técnica 100% e surgem as primeira competições. Recusou os dois primeiros convites, disse que achava não estar pronto para encarar as competições novamente. No terceiro convite não teve escolha, aceitou e foi! Aproveitou que era um campeonato pequeno, pouco compromisso, e achou o ideal para ir se readaptando ao clima das competições. Foi uma ótima competição, conseguiu um bom resultado e pode sentir a auto-confiança voltando aos poucos. Participou de mais duas competições de mesmo nível. A cada competição melhorava seu desempenho e aumentava sua auto-confiança. Depois da terceira competição retomou os treinamentos com uma dedicação ainda maior, tinha recuperado sua auto-confiança e já mirava algo maior, queria mais do que tinha conseguido até aquele momento.
Quando surgiu a oportunidade não pensou duas vezes, inscreveu-se assim que chegou o convite. Faltavam algumas semanas para a competição, sabia que o desafio ia ser grande, mas já esperava por aquele momento. Depois de algumas competições leves e sem compromisso era hora de ir ao encontro de algo maior, algo que daria ainda mais sentido para a sua volta ao karatê. Foram semanas de treinos intensos, vários turnos, treinos puxados, treinamentos físicos e técnicos. Em paralelo a isso recordava a cada dia que estava ainda mais próximo o dia da competição, e buscava firmar ainda mais sua auto-confiança! Faltando dois dias foi invadido por uma insegurança... começou a questionar a sua capacidade de encarar aquele desafio, se estava mesmo preparado para ir ao encontro de uma competição tão grande, tão importante... sentiu seu corpo tremer, o coração parecia que ia sair pela boca e por alguns instantes quis desistir de tudo. Pode recordar as primeiras competições, as primeiras viagens, sentiu coisas que achou que não sentiria mais depois das primeiras competições. Foi então que buscou ajuda nos amigos, na irmã e na psicóloga. Precisava saber o que fazer diante daquela situação que não era esperada por ele, pois sua auto-confiança estava muito firme até ali. E neles conseguiu o apoio necessário para não parar por ali, afinal vinha treinando forte, tinha plantado um bom trabalho e agora precisava colher os frutos daquele trabalho.
O celular desperta, não faz diferença, ele não tinha dormido mesmo. A tensão era tanta que passou a noite em claro. Levantou da cama, tomou um banho, vestiu o abrigo e conferiu a mochila. Estavam lá o kimono e a faixa, prontos para mais uma viagem e um dia de competição. Embarcou no ônibus e foi cumprimentando todos que lá estavam. Sentia uma sensação estranha, uma mistura de ansiedade com insegurança. Afundou numa poltrona, colocou os fones no ouvido e deixou a música rolar. Naquela playlist tocavam todos aqueles pagodes e algumas coisas mais... o ônibus começou a andar e aos poucos os olhos dele foram se fechando. Caiu em um sono tão profundo que quando acordou já estava em frente ao ginásio. Desceu do ônibus e sentiu seu corpo invadido por uma onda de calor que fez ele se animar e acordar. Entrou no ginásio e viu as arquibancadas lotadas. Caminhou em direção ao vestiário em silêncio. Os fones ainda no ouvido faziam ecoar a batida do rebolo e deixavam o ginásio mudo. Entrou no vestiário, achou um canto e colocou o kimono lá, sem falar com ninguém. Buscava uma concentração há muito tempo perdida. Saiu do ginásio e sentou junto ao pessoal da equipe. Tirou os fones, trocou umas palavras com uns e outros, reencontrou velhos conhecidos e esperou a chamada da sua categoria. Quando ouviu seu nome no sistema de som ele tremeu. Catou rapidamente os fones de ouvido, colocou no ouvido e desceu em direção a quadra de competição. No meio do caminho trocou a playlist, saiu do pagode e colocou um Raimundos. Sentiu os níveis de adrenalina subirem, a auto-confiança que estava abalada foi se reconstruindo e ele entrou na quadra sabendo que podia sair dali com o primeiro lugar. Competição tensa, a cada nova rodada, novas surpresas, novos adversários, e aos poucos toda tensão foi embora... até chegar na rodada final, e essa pareceu não ter fim. Rodada por notas, apenas os 5 melhores. Os juízes foram chamando um a um, em ordem alfabética. Ele ficou por último.  Sabia quem seria seu maior concorrente, e esse era o primeiro a entrar no dojo. Como já era esperado emplacou boas notas e não foi superado pelos próximos três adversários. Faltava só o último. Via-se na cara do primeiro um ar de quem tinha tudo sob controle a vitória nas mãos, afinal o último era novo na competição, jamais tinha estado por ali. Mas nem sempre as coisas correm como o esperado e o novo pode trazer surpresas. Ele entrou no dojo e todo ginásio sumiu da sua visão. A cada movimento ele via apenas adversários, a cada ataque, a cada defesa, via apenas adversários sendo projetados ao chão, sentia seu corpo rígido, base firme, velocidade e respiração trabalhando junto, impacto perfeito. Já no meio de sua apresentação conseguia sentir a possibilidade de vitória mais perto de si. Acabou o seu kata exatamente na marca onde começou. Na mesma hora o ginásio ganhou forma e som novamente. Ouviu o apito do árbitro central e viu os outros juízes levantarem suas notas. Junto com o apito seu coração acelerou, parecia que ia sair voando pela boca, as pernas tremiam ainda mais e a ansiedade chegou em um ponto nunca visto por ele até ali. Segundos que pareceram horas, até que ele ouviu gritos e aplausos, e não eram de onde ele esperava, mas vinham da academia do primeiro adversário a entrar na quadra. Naquele momento a tristeza se abateu sobre ele e parecia que tudo perdera o sentido. Saiu da quadra cabisbaixo e teve vontade de entrar direto no ônibus para voltar pra casa. Subiu os degraus da arquibancada e quando parecia que nada mais faria daquele dia um bom dia foi surpreendido por um beijo. E aquele beijo valeu muito mais do que qualquer troféu de competição.




Em tempo:
- Raimundos é uma baita pedida pra levantar o astral!
- Skype é uma revolução!
- Manhã improdutiva ao extremo!
- #prontoFalei hoje!!!
- tempinho murrinha... vontade de ficar em casa a tarde toda!
- um salve pra gurizada de ontem!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O sentido das coisas...

Nada na vida é sem sentido. Pode ser que algumas coisas tenham menos sentido que outras, ou algumas outras coisas que parecem sem sentido apenas estão mal localizada no tempo chronos. Algumas coisas teriam sentido se acontecessem segundos, dias ou meses depois. Mas outras com o passar do tempo perdem o sentido que um dia tiveram. É quando nos damos conta das coisas que perderam o sentido que tentamos voltar atrás no tempo, tentamos reeditar o tempo, recuperar o tempo perdido e dar um novo sentido as coisas que passaram, porém isso nem sempre é possível. A perda de sentido das coisas também pode servir como impulso para uma nova vida, para um novo momento, para uma nova fase. Quando nos damos conta disso temos a capacidade de redirecionar a vida, de fazer novas coisas, conhecer novas pessoas, viver novas experiências. Muitas vezes aceitar que as coisas perderam sentido é um processo um pouco doloroso, no começo temos dificuldade de aceitar aquilo e na primeira possibilidade de voltar no tempo cedemos. Acontece que nem sempre o que fez sentido, vai voltar a ter sentido quando tentamos reviver o tempo passado. As experiências adquiridas no tempo entre o passado e a reedição do passado podem mudar muito o sentido das coisas que faziam sentido. Esse tempo nos apresenta novas perspectivas, achamos sentido em outras coisas, para fazer outras coisas, com outras pessoas. E quando estamos tentando reeditar o passado nos damos conta que aquilo já não fazia sentido, ou melhor... que aquilo um dia fez sentido, mas hoje não faz mais. E esse tempo pode ser o suficiente para que as novas possibilidades, aquilo que era novo, que eram novas possibilidades se percam. E então nos damos conta que perdemos duas vezes. Perdemos as novas possibilidades e o tempo gasto em busca de reviver as coisas que passaram e um dia fizeram sentido. Nessa hora olhamos pra trás buscando encontrar o que seria pra frente, e vemos que o chronos não parou, que a vida seguiu e as novas possibilidades, os novos sentidos se perderam no espaço e no tempo que poderia ter sido vivido, mas fora trocado por uma tentativa infundada de reeditar o que passou, o que um dia teve sentido e hoje já não tem mais. A partir daí ficamos com duas opções nas mãos, seguir procurando sentido no que não tem mais sentido ou começar do zero, buscar novamente outras experiências, pessoas e sentidos.
É neste constante dilema de idas e vindas em busca do verdadeiro sentido das coisas que nos colocamos diariamente. A cada despertar podemos dar um novo sentido para nossas vidas ou, no mínimo, reforçar o sentido já existente. Buscamos a cada dia um sentido para existir, para trabalhar, para estudar, para amar, para ser feliz, para chorar, para rir... Por que sempre preferimos a vida? Por que não pensar na morte como o sentido para as coisas? Enfim, buscamos sentido para tudo ainda em vida, e tudo realmente tem algum sentido na vida.
O que acontece é que vezes buscamos tão desesperadamente por sentido para as coisas que não conseguimos prestar atenção no que acontece a nossa volta... não nos damos conta que muitas vezes o sentido que procuramos longe está ali, piscando na nossa frente, ao alcance dos nossos braços, sem um esforço extra, como se nos olhassem apenas a espera da nossa atenção, quase gritando por nós. É na hora que nos damos conta disso que tudo parece ficar mais claro e mais fácil. É quando aceitamos que o sentido para as coisas está ali, pertinho, e não nas coisas que passaram ou que virão que conseguimos plantar os pés no chão e fazer novas todas as coisas, fazer daquele limão uma limonada. Não perdemos mais a cabeça pensando por horas onde está escondido o sentido perdido, tentando reencontrar sentidos perdidos ou fazendo mil planos achando que as coisas só terão sentido no futuro. É fato que algumas coisas demoram um tempo para fazer sentido, mas isso não é regra geral, em geral o verdadeiro sentido para as coisas está ali, ao alcance de nossas mãos! Agora a escolha é pessoal, cuidar do que está próximo, arriscar tudo tentando reeditar o passado ou seguir correndo em busca de outros sentidos ainda mais incertos...




Família | Amor | Fé ==> alguns dos sentidos da minha vida!


Em tempo...
- Enquanto escrevia este post fui obrigado a parar pra esquentar o corpo com uma sopa de capeletti da mamãe... piada de tão bom!
- O frio que se faz presente a cada dia mais intenso da uma vontade de feijão! hehehe
- A espera por duas respostas deixa os níveis de ansiedade em alta essa semana.
- Tô procurando outra tatuagem pra fazer depois que acabar essa da perna!
- Amanhã é dia de psico... muito bem vinda!!!
- Um salve pras amizades da antiga!
- Nem a dor de cabeça me impediu de escrever... tava precisando!


*Atualizado com colaboração da grande amiga Fabê!

domingo, 20 de junho de 2010

Porra... sabe quando a gente quer muito falar sobre alguma coisa, mas não acha as palavras certas? Pois é assim que me sinto agora.Com várias coisas pra falar achei que iria conseguir escrever rapidinho, porém ao abrir esse bendito editor percebi que não sabia como escrever sobre as coisas que estão na minha cabeça. Parecia ser tão fácil falar sobre os amigos e as últimas noites, mas faltaram palavras e eu achei muito estranho, por isso desisti... preferi deixar pra outro dia, pra outra hora, pra outro momento e quem sabe fale até de outros assuntos que não estes que agora norteiam minha cabeça. Tenho vivido dias intensos, vivendo coisas inesperadas, surpresas de perto, surpresas de longe, momentos tensos, outros de relex, amizades surgindo, outras partindo... e assim vai andando a vida. Hoje vou dormir com algumas confusões internas... mas ao mesmo tempo tranquilo e em paz, se é que isso é possível!


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Terapia do Fogo

Com a chegada do frio é chegada também a época do fogo na lareira, da busca por uma forma de se aquecer e mandar o frio embora. Como todo ano ele esperava ansioso por esses dias. Passou meses lembrando que a garagem estava cheia de madeira podada da árvore do pátio secando a espera de se tornar combustível para espantar o frio. E nem bem o frio deu as caras ele não perdeu tempo, preparou a sala, foi até a garagem e começou a levar aquela lenha para perto da lareira. Escolheu os melhores tocos e gravetos para o primeiro fogo do ano. Montou cuidadosamente tudo dentro da lareira, molhou com o álcool, riscou o fósforo e viu uma grande chama surgir em sua frente. Naquele mesmo instante uma onda de calor parecia atravessar seu corpo. Ficou alguns segundos hipnotizado por aquela chama que fulgurava em sua frente. Teve certeza de que o fogo pegara e se atirou na poltrona mais próxima. Estava sozinho na sala, sem notebook, tv desligada, som desligado... era ele e o fogo. Ouvia o crepitar da lenha, aqueles pequenos estalos não o incomodavam, pelo contrário, davam a ele uma sensação ainda maior de aconchego e calor. Era como se a cada estalo o frio fosse sendo mandado cada vez mais pra longe. Ficou durante longos minutos imerso num mundo distante, como se aquela lareira tivesse sugado ele para outra realidade. Na verdade não existia outra realidade, ele apenas estava viajando longe em seus pensamentos, buscando respostas para questionamentos que talvez nunca terão resposta, procurando o caminho certo a ser seguido, avaliando os fatos passados, pesando prós e contras, favores e desfavores, enfim, aproveitara aquele momento para fazer uma longa revisão de vida. O fogo parece ser convidativo para momentos como esse, pois esse ritual de revisão de vida se repete todos os dias em que ele queima as madeiras sozinho, frente a frente como o fogo. Ele encontrou no fogo a companhia ideal para as noites vazias de inverno, as noites em que as festas não são um atrativo e a companhia mais próxima está do outro lado da tela. O fogo que arde na lareira ajuda a queimar as tristezas e deixar apenas as alegrias que devem ser as principais motivadoras da vida. Este mesmo fogo por vezes chega a dar medo devido a sua força e o calor que parece queimar, nessas horas ele lembra de quantas vezes tem medo do novo, do inesperado, das surpresas que a vida revela quando menos esperamos se espera e ele pensa em andar pra trás, porém olhando pro fogo ele vê que não há necessidade de andar pra trás mas sim de saber acalmar o fogo e tornar aquela chama violenta em uma chama calma que transmita não mais o medo, mas sim um calor confortante e uma suavidade hipnotizante como de um lindo sorriso. A cada dia ele encontra no fogo novos sentidos para as coisas, novas experiências e novas lições. No final de cada dia ele junta as cinzas, coloca em uma sacola e leva até o lixo. Simbolicamente ele manda embora junto com as cinzas todas experiências negativas que foram encontradas em mais algumas horas de reflexão na Terapia do Fogo. Manda elas embora para que não se acumulem e acabem abafando as alegrias refletidas no fulgurar da chama que vai se ascender no próximo dia!




Em tempo...
- acabou a madeira do sinamomo, agora tá caro por fogo na lareira!
- um filme é sempre um bom programa pra curtir aquecido pelo fogo da lareira!
- Kate Nash é uma boa trilha pra ouvir em frente ao fogo!
- pinha ajuda a fazer o fogo pegar!
- sala grande demora pra esquentar! hehehe
- semana de provas chegando... vai pegar fogo!
- um salve pra turma do PEAD - UCPel!!!
- enfrentar o que dá medo tem um gostinho ainda melhor quando o medo fica pra trás e se torna passado!!!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Sexta-feira tensa!

O dia era sexta-feira, 11 de junho de 2010. Planejara naquele dia tirar a tarde de folga pois já tinha sua carga horária semana completa. Chegou em casa, se dirigiu a cozinha. O cheiro de comida que já era sentido da porta se tornava irresistível naquele que era um de seus lugares preferidos da casa. Sentou a mesa pronto para matar a fome e depois curtir uma tarde de preguiça. Acabou o almoço e fugiu da louça. Saiu em direção ao pátio e voltou com os braços cheios de lenha para começar sua tarde de folga! Foi até a sala, largou a lenha no chão, apanhou os gravetos menores, dois troncos mais grossos e preparou um fogo acolhedor na lareira. Enquanto o fogo ia pegando nas madeiras correu até o quarto, tirou a calça jeans e o blusão, colocou um abrigo surrado, pegou o colchão, um edredon e os travesseiros, levou tudo pra sala e montou acampamento. O fogo já queimava forte as madeiras, fazendo a grande sala parecer um pouco menor e mais acolhedora que o normal. Colocou mais uns tocos de madeira no fogo para poder adormecer com a certeza de que o fogo não ia se extinguir. Deitou-se no colchão colocado no meio da sala, puxou o edredon e colocou o notebook no colo para trocar mais umas palavras antes de adormecer. Offline para o mundo conversou um pouco e se despediu sorrindo pois sabia que aquela conversa gostosa continuaria mais tarde. Arrumou o celular pra despertar na hora do jogo, afofou o travesseiro e afundou a cabeça em busca de um sono para descansar e relaxar. Tudo ia muito bem até o celular tocar. Acordou no susto, pegou o celular e viu uma chamada de um número que não conhecia. Pensou "milis" vezes antes de atender aquela ligação. Ela tinha cara de problema, mas mesmo sem saber o porque, atendeu! Do outro lado da linha estava um colega de serviço que avisava de uma reunião com o chefe. Era o fim da tarde de folga, de descanso em frente ao fogo. Não fazia 40min que estava dormindo. Na mesma hora o sono foi pro espaço e a preocupação e ansiedade tomaram conta da cabeça dele. O que estaria por trás daquela reunião. As palavras do colega não saiam da sua cabeça... "O chefe quer falar contigo as 16:30, hoje!". Sem sono, pegou o notebook novamente, retomou a conversa que havia interrompido para dormir. Conferiu o twitter, orkut, globo.com, ecpelotas, enfim... navegou pra todos os lados, mas aquela frase não saia da sua cabeça. Levantou-se, trocou de roupa e partiu para a tal reunião com o chefe. Chegou no estágio e a tensão se aumentou quando todos avisam que o chefe andava atrás dele na internet perguntando se já estava por lá para a reunião. Descobriu então que a reunião era a dois, apenas ele e o chefe, ninguém mais. O frio ia e voltava, as vezes chegava a dar calor. A tensão devia estar visível no rosto dele. Teve a notícia de que poderia não ser tão ruim a reunião, que era sobre algumas mudanças que iriam ocorrer no setor e que no final poderia até gostar. Aquilo aliviou um pouco os pensamentos, mas ainda assim não era o suficiente para deixá-lo calmo. Uma colega disse saber sobre o que era a reunião, mas não tinha autorização para falar, o que o deixou ainda mais tenso e curioso. Saiu para encontrar falar com o colega que tinha ligado, e quando voltou o chefe já tinha chegado. A tensão aumentou, os níveis de nervosismos, ansiedade, curiosidade e medo atingiram o ponto máximo. Cumprimentou o chefe e este convidou ele para ir até outra sala. Essa atitude do chefe mostrou que os indicadores ainda não estavam no máximo, pois tudo ficou ainda mais elevado. Entraram na sala 417C. A sala grande, que era diariamente ocupada por turmas com muitos alunos, estava vazia, parecendo ainda maior que o normal... o chefe disse para puxar uma cadeira e sentar. Ele não queria sentar, só queria saber do que se tratava tudo aquilo. Ainda assim puxou uma cadeira e sentou em frente ao chefe. Quando o chefe sentou começou a falar do que se tratava aquele encontro. Assim que tudo começou a ser explicado ele pode sentir seu semblante sofrer uma transformação clara. O nervosismo se transformou em excitação. A ansiedade em felicidade. A curiosidade em alegria. E o medo em realização. Estava sendo dado o primeiro passo para completar o que ele planejara quando resolvera se candidatar a monitor do PEAD. Na hora ele lembrou daquelas pessoas que partilharam o início da caminhada e daquelas que estavam acompanhando o momento de agora. Saiu da sala aliviado, feliz e com um sorriso que ia de um lado ao outro do rosto. Foi direto falar com o colega que ligara pra ele. Foi recebido com um aperto de mão e um abraço parabenizando ele. Saiu de lá e foi até a sala do estágio. Quando abriu a porta já pode ouvir todos rindo, pois já sabiam do que se tratava a tal reunião. Foi recebido por mais abraços e apertos de mão. Em cada cumprimento uma sensação de acolhida daquela equipe de trabalho que já se tornara muito importante na caminhada acadêmica dele. Pode ver o chefe sentado ao computador, este também ria e se divertia com o terrorismo criado pelos colegas de trabalho. No final tudo se transformou em um grande sorriso e a alegre sensação de estar fazendo as coisas bem feitas!
Agora a indicação esta feita, é só esperar a resposta dos níveis superiores... e quem sabe ainda essa semana poderei contar como acaba essa história que começou tensa, muito tensa, naquela tarde de sexta-feira!!!


eu e o ligador!


Em tempo...
- na noite a comemoração foi demaaaaais!!! (quero ver como vai ser quando tudo se confirmar...)
- não comer tomate... e comer mocotó? Por favooooor...
- ih... lá vem o carrinho do auto-controle!
- isso vai dar problema... e eu acho que temos o mesmo problema! hahahaha
- McNight... sempre reservando surpresas!
- E a mana... Feliz dia dos namorados! uihuiahiauhua
- Ah... e não pode faltar um Salve pra Banda Bacanal e cia!!!
- fase Teatro Mágico... os opostos se distraem!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

9 meses...

Queria muito cumprir minha palavra e ir dormir cedo, conforme havia prometido pra família, mas minha cabeça e meu coração inquietos me faziam ficar acordado. Sem conseguir esvaziar meus pensamentos e adormecer optei por escrever, precisava escrever.
Esta inquietação surgiu após saber de uma visita que esteve em casa quando eu estava fora. Um comentário por ela feito, e pela minha mãe repetido, foi o suficiente para me deixar um pouco perturbado, para mexer em um cantinho que estava bem quieto. Disse minha mãe que aquela visita chegou, parou no balcão e fez a seguinte observação: "Ontem fizeram 9 meses!". Ah... o maldito chronos! O tempo cronológico, aquele que dita o ritmo de  nossos dias e marca as horas de nossos compromissos é o mesmo que muitas vezes aumenta nosso sofrer ou nossa alegria em determinados dias, quando através dele recordamos com maior intensidade algum acontecimento, seja ele bom ou ruim, por mais que seja lembrado diariamente, sempre tem aquele dias específico onde tudo ganha maiores proporções. 
Após ouvir a mãe contar sobre a visita, e as coisas que ela falara, mergulhei em um mar de recordações. Busquei em todos os cantos as memórias que tinha daquela pessoa que ontem fazia 9 meses que já não estava mais junto de mim. Incrível como o tempo cronológico passa rápido, mas não apaga as memórias e os sentimentos, não apaga os momentos de kayros de nossas vidas. Quando me vi mergulhado neste mar, me deparei com o meu bom e velho baú de memórias
Fuçando o baú encontrei muitas coisas, algumas que nem lembrava mais, como meu primeiro LP de música de gente grande! Era um LP do Engenheiros do Hawaii que ela me deu porque eu vivia tentando cantar "Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones"! Por lá também encontrei lembranças dos verões que passamos na praia, dos churrascos, das brincadeiras, dos jogos de carta. Da vez que briguei com o pai no dia do Natal e foi ela quem conseguiu colocar ordem na bagunça. Do tempo em que ficamos distantes, até o dia em que a mãe falou com ela no telefone enquanto eu chorava de alegria na porta do corredor. Ainda no baú encontrei dezenas de pudins de leite e brigadeiros de panela, pudins que eu sei que jamais comerei um igual. Mas não só de boas recordações vive um Baú de Memórias. Encontrei também lembranças não tão saborosas. Recordei as poucas visitas que fiz pra ela quando estava no hospital, lembrei como fui pouco na casa dela, como fui pouco presente quando ela mais precisava... e mesmo assim ela sempre me recebeu com um sorriso incomum, um sorriso de madrinha! Quando estava me despedindo do Baú me vi naquele cemitério, carregando o caixão que encerrava o corpo daquela mulher que soube, como ninguém, viver a palavra amor!
As lágrimas que agora enchem meus olhos não podem refazer as coisas, não podem me fazer mais presente ao lado dela, pois tudo isso já passou. Ainda assim deixo elas escorrerem pelo meu rosto, pois correm como água que limpa, que manda embora as más recordações, deixando em primeiro plano apenas aquelas coisas que valem mesmo a pena guardar: o carinho, a atenção, o abraço apertado, a alegria, as brincadeiras, os bons momentos, o amor... amor que nunca faltou, nem pra mim nem pra ninguém que estivesse a volta dela.
Enquanto escrevia este post meu celular tocou. Tinha combinado de ir pra noite com meus colegas... mas desde que cheguei em casa nada favoreceu. Sei que eles devem estar de cara, me enchendo de elogios, mas hoje não dava mais para sair. O banho quente, o frio da rua e as recordações conspiraram contra qualquer festa ou saída de casa. Quero apenas deitar a cabeça no travesseiro, rezar e mergulhar em um sono profundo, onde eu possa me refazer do cansaço do dia e das tristes lembranças da noite. Acordando pronto para um novo dia e com a cabeça tomada por boas recordações e motivação para fazer da quarta-feira um dia diferenciado!


terça-feira, 1 de junho de 2010

TecnoPUC

Depois de 3 dias de muito sol a quinta-feira amanheceu cinza e chuvosa. Uma garôa fina fazia com que o dia se tornasse propício a ficar em casa. Porém nada tirava dele a disposição de sair da cama e encarar a rua. Pegou a mochila, trocou o notebook pelo pandeira, abraçou a cubana, colocou a carteira no bolso e partiu para a faculdade. Mas aquele não era um dia como qualquer outro, a começar pelo que levava para a faculdade. Nada de pendrive ou notebook, nada de aula, de estágio ou reuniões. No lugar do material estavam os instrumentos, no lugar dos laboratórios o ônibus e no lugar das aulas e reuniões a viagem!
Quando estava a caminho da faculdade o celular tocou, do outro lado uma voz perguntava: "Onde é que tu anda mini?", a resposta foi imediata, "To no bus, indo pra faculdade careca fdp!". Assim que desligou conferiu a agenda e ligou pra todos aqueles que tinham prometido ir na viagem. Não queria que ninguém perdesse o bus, pois o dia prometia! Mesmo com aquela cara amarrada de chuva. Chegou na faculdade e encontrou Careca e Douglas, junto com alguns veteranos. Ao poucos foram chegando os outros e a turma foi se formando. Quando o ônibus ligou o motor estavam quase todos lá dentro, faltava apenas o craque da camisa 10, Giovanni, que foi o último a embarcar. A parceria estava fechada e a viagem ia começar... ia... ia... ia... ficou quase 1h indo até resolverem-se os problemas de 3 pessoas que não haviam sido inscritas pelo professor bagunçador organizador. Felizmente houve uma troca e o professor que nos acompanharia até a TecnoPUC era o mesmo que há poucas semanas tinha ido pro JG com a gente. Isso garantia a "tranquilidade" e a festa no bus.
Assim que o ônibus andou os primeiros metros a festa começou. Os instrumentos começaram a fazer barulho e as vozes desafinadas, porém animadas, começaram a embalar a viagem. Era visível no ar um descontentamento vindo da metade da frente do ônibus, lugar ocupado pelos nerds veteranos. Porém da metade pra trás a festa estava formada e até aqueles que em 3 semestres nunca haviam se misturado não resistiram e cederam ao som da Banda Bacanal! O pagode estava formado, depois virou forró e chegou a virar pancadão... porém uma hora uma voz gritou... pediu pra parar... parou!




e quando parecia que a festa ia acabar uma outra voz respondeu... tinuaaaar... tinuoooou! E o pagode voltou a rolar! Foram 3 horas de festa e zueira, onde quem queria dormir se deu mal, pois a alegria da turma era repassada aos instrumentos que transformavam tudo em som, muitas vezes sem ritmo e desencontrado, mas que deixava clara a amizade e a parceria que se encontrava naquele fundo de ônibus. Na parada pro almoço, ao passar pelo corredor, viu um livro sobre um dos bancos, leu o nome - Proteção Contra Hackers, e por algumas frações de segundo se perguntou se estava mesmo no curso certo. Desceu do ônibus junto com a turma mas, enquanto uns afundavam o buffet da churrascaria, preferiu economizar, pois a grana era curta e não sentia fome naquele momento. Ficou do lado de fora do restaurante trocando uma idéia com o Mirok e observando o movimento da estrada. Pode ver ali uma amizade nova que aos pouco vai se solidificando, assim como a amizade com aqueles que enchiam suas barrigas com seus pratos fartos. Assim que acabou o tempo de almoço retornaram ao ônibus e o pagode voltou a rolar, até a chegada na tal TecnoPUC.
Chegando lá desceram do ônibus ansiosos pela tal visita, afinal lá estavam grandes empresas como HP e Dell. Foram encaminhados até uma sala onde havia um projetor e um telão com uma apresentação sobre a TecnoPUC. Foi então que a confusão feita pelo outro professor, que ficou em Pelotas, tomou forma. Não haveria visita as empresas, a grande visita a TecnoPUC se resumiu a uma palestra de 20min e uma caminhada pela área externa. Sem entrar em nada... só vendo as fachadas. Porra... que puta falta de sacanagem. Pra completar o desastre, o professor que guiava o grupo tinha ordens de não ir a mais nenhum lugar que não fosse a TecnoPUC, ou seja, sairam de Pelotas para ficar 1h em Porto Alegre e voltar. Mas, felizes os jovens que tem coragem para quebrar as regras! Assim que o professor se deu conta da situação esqueceu a ordem dada e aceitou a sugestão de ir até o shopping (passei típico de quem sai do interior e vai até a capital). Fomos para o shopping, a desculpa era que precisavam comer alguma coisa. Chegaram direto na praça de alimentação. Naquela hora a fome já consumia a todos e praticamente ninguém resistiu a tentação dos fast-foods. Ele lembrou da mulher de cabelos crespos do ônibus e mandou uma mensagem contando o que estava fazendo. A resposta garantiu alguns segundos de risadas e um grande sorriso no rosto. Aproveitou pra fazer uma diferente, fugiu do McDonalds e caiu no Burger King, levou junto mais de metade da turma que buscava alguma coisa que não tivesse em Pelotas. Valeu a pena, todos saciados foram até o super comprar os combustíveis para o retorno. Ele foi em busca de uma Ice gelada, não encontrou e preferiu não comprar a quente. Esperou os outros pegarem suas vodkas e energéticos. Na fila do caixa encontrou uma conhecida de Pelotas, ficou de conversa e isso fez aquele tempinho de espera passar rápido. Então foram direto pro bus pois o tempo de passeio havia se esgotado.
Ah... a volta! Se na ida o que dominou foi o pagode, na volta o que dominou foi a zoação. Embalados pela batida dos instrumentos e pelos drinks recomeçaram as músicas. Algumas já se repetindo, outras tendo a letra trocada para poder ficar mais de acordo com o momento. Todos brincavam, cantavam, riam e curtiam aquele momento. Até mesmo o professor fazia parte das brincadeiras. Ninguém se escapou das rimas. Nem as namoradas, ex-namoradas, irmãs, vó, ninguém... todo mundo ganhou uma rima de presente. A cada nova rima novas gargalhadas. Sobrou até mesmo para a metade da frente do ônibus. No meio de toda a brincadeira ele pensava o quão surpreendente era aquele momento. Parecia inacreditável ver Emanuel brincando com Patrick, Miloca folgando no Mirok, Giovanni folgando no Pedro,  Ele tirando o Élcio, Dudu zoando Careca, Quinho sacaneando Mirok, Johny defendendo Élcio e o Daniel perdendo tudo isso pois bebeu demais de novo! As rimas ditaram o ritmo da volta e não pararam nem mesmo quando todos desceram no Grill.
Na chega em Pelotas, aos poucos foram se despedindo, o grupo foi sendo desfeito em partes, com vários descendo no meio do caminho. Ele foi um dos primeiros a descer. Quando se despediu dos que ficavam viu que valeu a pena sair de casa naquele dia cinzento e teve a certeza de que aquela parceria tinha tudo pra firmar e fortalecer. Se isso realmente vai acontecer... só o tempo pode dizer!!!





TOP Tinuaaar... tinuoooou!

1. "Gatinha se gosta mais de PHP ou C++... por mim tanto faz... porque eu programo demais, demais!!!"
2. "Tira a calça jeans, põe o jeans dental, menina você... só usa jeans?!"
3. "Tu não sabe o que bacanal, o novinha vou falar pra tu, bacanal é uma banda que toca Patrick, Careca, Pedrinho e Dudu!"
4. "Se quer uma carona vamos de Corcel... ai ai ai ai ai..."
5. "Se me conheceu assim, pra que mudar..." hahahahaha




Em tempo...
A amizade...
Nem mesmo a força do tempo irá destruir
Somos verdade...
Nem mesmo este samba de amor pode nos resumir
Quero chorar o seu choro
Quero sorrir seu sorriso
Valeu por você existir amigo
Fundo de Quintal - A amizade