segunda-feira, 12 de abril de 2010

Fui, vi e venci!

Um domingo especial! O celular desperta e é hora de acordar, de vestir o manto azul e ouro e partir em busca de mais uma vitória com meu Lobão!
Levantei muito disposto, me arrumei e sai na rua. Me deparei com um lindo dia de sol, de sol forte e isso me fez tomar uma atitude que não estava nos meus planos, tive que usar "meu" óculos de sombra. Faziam já algumas semanas que eu não usava mais, mas ontem seria impossível seguir o dia sem os óculos. Coloquei e uma série de imagens passaram pelas lentes. Era impossível colocar e não lembrar da vez que reconheceram ele na Renner, das vezes que ele me ajudou a enfrentar o sol de Santa Catarina e tantos outros momentos em que ele ofuscou o sol para que eu pudesse focalizar uma outra beleza! Mas o dia era do Lobão, e era esse o foco! Não podia, e nem queria, me perder naquelas imagens para não fazer bobagem. Cheguei na praça pra encontrar o pessoal da excursão e os ônibus ainda não estavam lá, aproveitei aqueles momentos pra ver o pessoal que andava de skate na pista treinando pra o campeonato que tinha a tarde. Fiquei um bom tempo observando o pessoal que andava pra lá e pra cá ensaiando algumas manobras enquanto eu viajava pra Porto Alegre levantando todas as hipóteses possíveis.




Chegaram os ônibus e o número de torcedores nas redondezas da Boca do Lobo já era considerável. A cada minuto chegavam grupos uniformizados, carregando faixas e bandeiras, todos com a esperança de uma vitória e da classificação!
Bom, ônibus fechado, todos nos seus lugares. Vai partir mais uma vez o expresso Lobão, rumo a capital do estado!
Depois de uma viagem muito tranquila, acordei já em Porto Alegre, quase chegando no estádio, mas a tempo de ver algumas pedras serem jogadas nos ônibus que iam chegando ao estádio. Desembarcamos e fomos comprar os ingressos. Apenas uma bilheteria, muita fila, empurra empurra e confusão pela falta de ingressos pra idosos e estudantes. Passado o sufoco dos ingressos entrei no estádio e fui pendurar minha bandeira que me acompanha em todas viagens. O calor era infernal, um sol de rachar, parecia janeiro. Ahhh... graças a Deus os óculos estavam comigo, caso contrário acho que não enchergaria o campo!
O jogo começa e quando vejo... Pelotas 1x0! Alex Dias! Seria um jogo fácil? Goleada? Não! Assim que tomou o gol o São José equilibrou a partida e assim o coração começou a ser testado. Final de primeiro tempo! Alívio!
Começa o segundo tempo e parece que vamos conseguir ganhar tranquilo, Alex perde um gol depois de tirar até o goleiro do lance, mas o que parecia que seria fácil e simples torna-se um pesadelo quando Jardel e Tiago Duarte são expulsos. A partir dai são 32min de agonia. O São José empata o jogo e os músculos ficam tenosos, surgem caras de preocupação, a torcida sua frio, muitos já acham que não vai dar, mas o time é forte, a raça prevalece e a força que saia das arquibancadas, daqueles mais de 1000 torcedores levou o time até o final naquele 1x1 sofrido. Agora era tudo nos penaltis.
Sentei no canto da parede e rezei. Por minutos que pareciam horas. Não conseguia cantar, não conseguia gritar, não conseguia chorar, nem rir. Apenas rezei. Fiquei por vários minutos sentado no meu canto conversando com Deus e os deuses do futebol. Fui interrompido por um pisão no pé. Era uma criança que gritava "Loboooo, lobooo!" ao meu lado. Aquela cena foi o suficiente para me renovar as forças. Era um meninho de cabelo liro, lisinho e que devia ter algo em torno de 6 ou 7 anos. A esperança que ele carregava, ainda que sem saber, era a mesma que estava no meu coração, a diferença era que ele conseguia gritar e colocar pra fora aquele sentimento que me deixava tenso.
Olhei para o campo e iam começar as cobranças. Nessa hora já tinha retirado a bandeira da tela e estva abraçado nela. Queria não ver os penaltis, mas então lembrei que eu tinha Jonatas. E foi ele quem devolveu a paz aos torcedores. Foi ele quem acabaou com a tensão, ele quem fez as expressões nervosas irem embora e se transformarem na certeza da vitória! Após pegar 2 cobranças e dick converter a última necessária o Pelotas estava na final do returno.






Começou a festa, era um carnaval azul e ouro no Passo da Areia. A torcida aureo-cerúlea tomou conta do estádio do São José e a sua acanhad torcida teve que se calar e se render ao apaixonado torcedor aureo-cerúleo! Depois de muita festa lá, era hora de retornar a Pelotas. Mais uma vez pegamos a estrada em paz, com muita tranquilidade e todos com a ótima sensação do dever cumprido. Chegamos em Pelotas e encontramos a avenida principal fechada pela Brigada Militar e tomada de torcedores classificados para final. Ali a festa se alongou por mais algumas horas com a chegada dos jogadores que foram praticamente carregados pelos torcedores.
Assim acabava mais uma alegre noite aureo-cerúlea! Mais um capítulo estava sendo escrito na história do centenário Esporte Clube Pelotas e eu estava lá! Fui, vi e venci!