quarta-feira, 21 de abril de 2010

A Invasão

Domingo, 18 de abril de 2010, 7:30am.
Toca o despertador, em um pulo saio da cama, troco de roupa, pego minha bandeira, minha mochila e vou encontrar os guris para irmos até a Boca do Lobo e rumarmos pra Porto Alegre (essa é a terceira vez que eu faço isso em 2 semanas). Chegamos no local marcado e aos poucos vão chegando dezenas, centenas, de torcedores fardados para pegar a estrada rumo a final da Copa Fábio Koff.
Só um torcedor pode saber o que significa ir a uma final de turno no ano de retorno a Série A, depois de 5 anos na segundona. Só quem se alegra, sofre, torce, chora, vibra, grita, xinga e sorri com o seu clube do coração consegue entender o valor desse momento, a importância daquele dia de sol que começava pra mim após uma noite de pouco sono devido ao nervosismo que tomava conta do meu corpo e da minha cabeça na noite anterior.
Peguei minha planilha e comecei a conferir as pessoas que iam no meu bus. Foi um dos primeiros a fechar. Todos em seus lugares, até quem não tinha onde ir, podíamos partir. O motorista liga o motor, a viagem vai começar. Ao dobrar na Anchieta pude observar o mar azul e amarelo que se formava em frente ao estádio da Boca do Lobo. Ao sairmos da cidade, tivemos a nossa primeira parada, na Polícia Federal para revista de todos os ônibus que levavam torcedores para o jogo. Depois de vários minutos na PF, e mais alguns na Balança, o comboio partiu em direção a capital.


Chegando ao destino fomos escoltados até o estádio Beira Rio, e todos carregavam no rosto a esperança por uma vitória. Mesmo sabendo das dificuldades que encontraríamos, ainda assim acreditávamos que era possível. Conforme os ônibus iam chegando, o mar azul e amarelo aumentava na capital. Ao entrar no estádio, ainda relativamente vazio, a festa era grande e os cantos não paravam. Quando os guerreiros aureo-cerúleos entraram em campo todos renovaram suas promessas, fizeram suas orações e renovaram a esperança por um resultado positivo. E quando Clodoaldo abriu o placar para o Pelotas a torcida foi ao delírio, explodiu de emoção. No segundo gol então foi emoção demais e as esperanças aumentaram, dobraram. Porém o gol do Inter ainda no primeiro tempo parece ter caido como um balde de água fria na cabeça daquela torcida apaixonada. Ainda assim todos apoiavam sem parar. No segundo tempo o pior aconteceu, o Inter vira o jogo e sagra-se campeão da taça Fábio Koff. Esse post poderia acabar aqui se não tivesse junto comigo mais de 2 mil aureo-cerúleos apaixonados. Mesmo na derrota ninguém abandonou aquele grupo guerreiro que neste ano de 2010 restabeleceu a alegria e o orgulho daquela torcida que rodou o estado apoiando e anunciando "O LOBÃO VOLTOU!!!". 


Naquele domingo de sol eu tive certeza de que meu avô me ensinou a ser feliz e o dia que ele partir daqui já terá me deixado a maior e melhor de todas as heranças, o amor pelo meu Esporte Clube Pelotas!