domingo, 11 de abril de 2010

Noite Especial III - Fim

O jogo começa e os nervos estão a flor da pele. Todos esperam que o Grêmio vá massacrar o Pelotas, principalmente nos 15min iniciais, porém a bola vai rolando e o que era esperado não se verifica. Muito bem armado em campo o Pelotas não deixa o Grêmio jogar e ataca, levando mais perigo ao gol do Grêmio do que o Grêmio ao gol do Pelotas, nesses ataques o Lobão perde duas chances claras de abrir o placar, o que faz a tensão aumentar ainda mais na arquibancada, todos com medo do velho ditado: quem não faz, leva. Porém o primeiro tempo vai correndo de uma forma um tanto tranquila, sem grandes ameaças por parte do time da casa e com um Pelotas jogando como time grande. O tempo passa rápido e quando menos espero o árbitro auxiliar levanta a placa indicando 1min de acréscimo ao tempo regulamentar. Tudo se encaminha para um 0x0 na primeira etapa, porém aos 46 um lateral mal cobrado é revertido, o Grêmio bota bola na área e depois na rede. Dor, tristeza, sofrimento, decepção... uma injustiça estava sendo realizada. Na arquibancada a torcida se cala, todo se olham sem acreditar naquele gol que poderia mudar a história do jogo. Logo após o gol o juiz encerra o primeiro tempo de partida. O que estaria reservado para nós no segundo tempo? Uma goleada? Uma virada no placar? Ninguém sabia, mas todos tinham certeza de que podíamos sim reverter a situação.
No intervalo chegam 2 ônibus de torcedores que tinham ficado do lado de fora do estádio pois quando chegaram as bilheterias haviam sido fechadas. Há um princípio de confusão entre torcedores e Brigada Militar, porém em seguida a situação é normalizada e os torcedores entram no estádio, na hora certa, cantando e tocando seus instrumentos, fazendo ressurgir o coro de vozes que iria empurrar o Lobão durante a segunda etapa. O sentimento de confiança na equipe agora estava em alta, a gente podia sim mudar a história daquela partida e até mesmo do próprio Grêmio. Então ocorre a marcação do primeiro penalti. A torcida explode na arquibancada e ao mesmo tempo em é tomada pela alegria, é tomada também pela ansiedade e o medo de que o penalti não fosse convertido. Do meu lado o Porto diz: "Ele vai bater com paradinha.". E Tiago Duarte parte pra bola, faz a paradinha, tira Vitor da foto e caprichosamente a bola entra no gol tricolor. Era o que aquela torcida precisava e merecia. O jogo ganha novos contornos. Os dois times buscam a vitória. Quando Clodoaldo invade a área e é derrubado por Mário Fernandes. Com muita personalidadônie o árbitro marca outro penalti a favor da equipe visitante e, mais uma vez, Tiago Duarte corre pra bola e faz morrer no fundo das redes, porém dessa vez sem paradinha. Os sorriso na arquibancada se misturavam com as lágrimas de alegria de torcedores que viveram anos de angústia na segundona e agora viam a possibilidade de eliminar o Grêmio dentro do Olímpico e acabar com a invencibilidade de 51 jogos em casa. Os minutos restantes parecem levar horas para correrem. Parece que mais uma vez o relógio retardou... fazendo aumentar a angústia daquela torcida que não parava de cantar na arquibancada. Quando o árbitro da partida ergueu os braços e indicou o centro do gramado a festa tomou conta do espaço destinado ao torcedor aureo-cerúleo. Fotos e videos eram feitos toda hora. Todos queriam registrar aquele momento. As músicas não paravam em um só instante, ninguém cansava e nem queria parar de cantar. Todos queriam viver aquele momento ao máximo, enquanto viam os torcedores tri-colores sairem com a cabeça baixa e com cara de incredulidade, sem assimilar o duro golpe que acabavam de levar. Sim, o Grêmio estava eliminado e com a invencibilidade quebrada!
A viagem de volta foi tranquila como nunca, clima de festa no ônibus de Porto Alegre a Pelotas. Ninguém reclamava de nada, só se ouviam elogios a equipe aureo-cerúlea e a sua torcida que não desestiu em momento algum! Chegando em Pelotas era hora de descansar, pois uma nova viagem estava por vir... e é amanhã, dentro de poucas horas... 4horas e 30min pra ser mais exato. Ao descer do ônibus era visível na cara de cada passageiro a sensação de alívio, alegria e dever cumprido!